terça-feira, 16 de agosto de 2011

Agradecendo os espinhos


       Era véspera do Dia de Ação de Graças.
Sandra sentia-se muito infeliz quando entrou na floricultura. Tinha perdido seu filho num acidente de carro quando estava grávida... Seu marido estava na eminência de ser transferido... Sua irmã cancelara a visita que lhe faria no feriado...
Ação de Graças? Agradecer o quê? - pensou.
A balconista perguntou-lhe:
- Quer um arranjo tradicional ou gostaria de levar meu arranjo "Especial"?
- Eu não tenho nada que agradecer!
- Pois tenho o arranjo perfeito para você.
Neste momento entrou uma cliente para recolher um arranjo de folhagens e talos cheios de espinhos, mas sem nenhuma flor.
Sandra ficou pensando por que alguém pagaria por talos espinhosos sem flor.
 - Este é o arranjo "Especial". Chamo-o de Buquê de Espinhos de Ação de Graças -  explicou a balconista.                                                                                 
- Mas o que a levou a criar o buquê de espinhos? - perguntou Sandra.
- Eu aprendi a ser grata pelos espinhos... Sempre agradeci a Deus pelas boas coisas. Mas quando vieram coisas ruins, eu chorei e gritei! Demorei para aprender que tempos difíceis são importantes para  a nossa fé e nosso fortalecimento e para aprender a valorizar a nossa vida e seus bons momentos.
Sandra comentou:
- Perdi meu bebê e eu estou zangada com Deus...
 Neste momento entrou um homem na loja, que também viera buscar um arranjo de talos espinhosos para sua esposa.
- Por que ela quer um buquê desse tipo? - perguntou Sandra, incrédula.
- Eu e minha esposa quase nos divorciamos. Enfrentamos muitos problemas, mas salvamos nosso casamento. O arranjo Especial nos lembra os tempos "espinhosos" porque eles nos ensinaram muito!
- Não sei se posso ser grata pelos espinhos em minha vida. É tudo tão recente...
A balconista respondeu, carinhosamente:                                         
- Minha experiência me mostrou que os espinhos tornam as rosas mais preciosas. Lágrimas rolaram pela face de Sandra.
- Vou levar uma dúzia destes  talos cheios de espinhos. Quanto lhe devo?
- Nada. O primeiro arranjo é sempre por minha conta.
A balconista sorriu e lhe entregou o arranjo "especial"...

(Autor desconhecido)

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